segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Paixão de Artemísia (Susan Vreeland)


“No século XVI o mundo era dos homens. Então apareceu uma mulher que ousou desafiar as leis, a sociedade, as artes... e o mundo nunca mais foi o mesmo.
Esta é a história verdadeira de Artemísia, a primeira mulher a ser aceite na prestigiada Academia de Artes de Florença. Violada pelo professor de pintura quando tinha 18 anos, leva-o a tribunal mas é ela quem acaba por ser humilhada publicamente. Abandonada pela própria família, a jovem decide partir à conquista do mundo numa época em que as senhoras respeitáveis raramente saíam de casa. Sangue, sexo, arte e dinheiro, a história de Artemísia podia ser a história de uma mulher dos nossos tempos. Depois de um casamento de conveniência com um pintor medíocre que inveja o seu talento, a jovem é forçada a sustentar-se não só a si mas também à sua filha. Cruzando-se com Galileu e ganhando o patronato dos Medici, Artemísia faz explodir o seu génio no auge do Renascimento e, ao recusar-se a ser menos do que os homens, torna-se numa heroína intemporal.”


O que mais me interessou inicialmente neste livro foi o facto de Artemísia não ser apenas o produto da imaginação de uma escritora ou simplesmente uma figura lendária. A sua existência é inquestionável e para o provar ficaram para a posteridade os seus quadros, verdadeiras obras de um génio renascentista, que nasceu mulher.
O livro oferece-nos uma viagem ao renascimento italiano, cheio de charme, arte, brilhantismo, intrigas e sexo. A escrita é agradável, simples e fresca.

O pai de Artemísia é um pintor com algum talento, por isso desde a infância ensinou a filha a pintar. No renascimento não era invulgar uma rapariga aprender pintura. Ao contrário do que acontecia na Idade Média era importante as mulheres da alta sociedade terem bastante cultura o que passava por aprenderem a escrever, música, dança e pintura. No entanto, toda esta cultura devia ser sobretudo um meio para agradar ao futuro marido e garantir um bom casamento…Uma mulher seguir pintura por profissão era algo completamente diferente e que estaria completamente fora de questão para a mentalidade da época.

Artemísia recusa vergar-se a estas regras e graças ao seu grande talento torna-se na primeira mulher admitida na Academia de Artes de Florença.
Mas nem tudo foram rosas na vida desta diva do Renascimento. Artemísia foi violada ainda adolescente, de forma atroz, pelo sócio do seu pai. Ao contrário de todas as mulheres do seu tempo - e até muitas do nosso - ela não se escondeu com culpa e vergonha. Esta é uma personagem inteligente e corajosa, que resolve fazer valer os seus direitos, mesmo que para tal ela tenha tido de passar por um teste humilhante e comprovar a perda da sua virgindade em pleno tribunal.

Artemísia enfrentou tudo e todos para fazer vingar o seu talento e seguir a sua paixão passando por cima do casamento por conveniência que lhe foi imposto e os preconceitos da sociedade.
O próprio livro é em si uma obra de arte que consegue mesclar na dose certa factos históricos com romance, sensualidade e autênticas lições de Arte.





Autora: Susan Vreeland


Editora: Chá das Cinco


N.º de páginas: 286


Género: Romance Histórico

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